A Ciência da Lógica - 1985 (Parte II - Fitas de 16-30)


Fitas de áudio sobre Hegel

... Continuação...
Estas anotações estão muito extensas e o bloco foi dividido em duas partes – FITAS 16 A 30

Introdução ao Sistema de Hegel
- A Ciência da Lógica -
Curso Ministrado por Henrique Cláudio de Lima Vaz - 1985

3º módulo de 4 semestres

Fita 16 – A
Sobre as interpretações equivocadas do Saber Absoluto. Saber Absoluto como estabelecimento da possibilidade mais radical de que haja um conhecimento do mundo exterior (CL). Paralelismo entre CL e CRPu. Kant as condições de possibilidade do objeto são as condições de possibilidade da experiência do objeto. Para Kant o problema das condições de possibilidade se delineava ao nível do entendimento, ao nível da oposição sujeito-coisa. E Hegel diz que primeiro é necessário fundamentar esta oposição. Não tomá-la apenas heuristicamente.
O Saber Absoluto é aquilo que vai dar a possibilidade de se começar o saber. Ele é o fundamento do conhecimento.
Breve tópico sobre a história em Hegel.
OUTRA AULA
Parte final da Introdução. Comparação do seu projeto com o idealismo transcendental. Diferença entre Ciência da lógica e Lógica transcendental. A Lógica transcendental exclui o problema da substância e como este problema é recuperado no nível da razão. Como o conceito de hypokeimenon passa do nível das coisas superiores para a própria razão, tentando superar o interdito kantiano a esta tradição.
Fenomenologia como suprassunção da oposição entre sujeito e objeto.
Diferenças entre os textos da INTRODUÇÃO das duas edições da CL. Sobre a CONSCIÊNCIA-DE-SI. Acréscimo de texto na segunda edição da CL. O sujeito pensado a partir de seu auto-desenvolvimento. Como ciência, “a ciência pura é a verdade da consciência de si que se desenvolve puramente, que tem a forma do si”. Na CL a consciência-de-si aparece desenvolvendo-se a si mesma. Ela tem a estrutura do si, a estrutura do sujeito.
O Si que aparece no saber absoluto e que está no limiar da CL é o ser-em-si e para-si. É o conceito que se sabe a si mesmo. E que por outro lado é o ser-em-si e para-si. O conceito é o ser-em-si e para-si. A verdade do conhecimento absoluto ‘’e o que vai se desenvolver agora como ciência, é a própria CL. O Saber Absoluto que coroa a Fenomenologia do Espírito tem sua definição na Introdução da CL (a verdade do saber absoluto é a própria CL), a CL é o conceito que é ao mesmo tempo sujeito, que é consciência-de-si. Consciência-de-si não tem nenhuma referência gnoseológica, psicológica, epistemológica. Embora o Si hegeliano tenha sua origem no cogito cartesiano e no Eu penso kantiano, o conceito tem em si a força de se autodesenvolver.
O verdadeiro sujeito é o lógico, o lógico é o sujeito, porque o lógico tem em si o movimento da sua própria autoconstrução, e portanto ele não vai depender de algo que esteja fora dele.
Daí que Hegel identifica conceito e liberdade. Liberdade é autodeterminação. E nada é tão autodeterminante quanto o conceito. Portanto o conceito é o supremamente livre, o que não depende de nad ade fora: a CL é a verdade do saber absoluto, a CL é o conceito que se sabe a si mesmo e que como tal é em si e para si . E esse conceito que é ser-em-si e para-si e que vai constituir todo o conteúdo do processo lógico, do ser. Portanto a distinção entre conteúdo e forma desapareceu.
A forma engendra seu próprio conteúdo pelo seu próprio desenvolvimento. O conteúdo da ciência pura pode se chamar pensamento objetivo, a verdadeira matéria que não é exterior a forma, a forma absoluta. Neste sentido o conceito é por excelência o pensamento objetivo, objetivo quer dizer portanto, o pensamento que é a si mesmo seu objeto. Objetivo é o que tem significação.
Quando a significação é totalmente imanente ao pensamento o pensamento é supremamente objetivo. A significação não é buscada de fora. A Lógica é o reino do pensamento puro, a verdade sem véu em si e para si. A Lógica é o sistema da razão pura que vem levar a suas consequências a Crítica da Razão Pura. A originalidade da CRPu é a descoberta da aprioridade inteligível, a descoberta do a priori (este é o tíulo da identidade de Kant e de sua grandeza na História da Filosofia).
Kant tematizou radicalmente o tema da aprioridade. O sistema da Razão Pura é a consequência radical da descoberta da aprioridade. Mas a aprioridade para Kant ficou limitada pelsa sua função transcendental, sua função heurística (transcendental é aprioridade como condição de possibilidade da experiência).
Hegel radicaliza esta posicão de Kant e diz que para que esta aprioridade seja transcendental ela tem que ser em toda a força do termo APRIORIDADE PURA, para que ela seja condição a priori da experiência ela já tem que ser ela mesma, em si mesma conteúdo, verdade, sistema, estrura. Neste sentido, a Lógica como sistema da razão pura, radicaliza a CRPu porque leva às últimas conseqüências a descoberta da aprioridade, porque esta aprioridade enquanto transcendental só é possível se for uma aprioridade lógica no sentido hegeliano do termo.

Fita 16 – B
Relação entre a estrutura das Sumas e do pensamento de HEGEL. CL como exposição (Darstellung)da essência de Deus como ele é em si mesmo antes da criação da natureza e de um espírito finito. Hegel está fazendo uma analogia, porque o problema de Deus em Hegel não pertence à Lógica. É um conceito da Filosofia da Religião que trata do problema de Deus. Hegel está fazendo uma analogia: assim como podemos considerar, a partir da Filosofia da Religião, Deus como aquele que contém em si a razão das coisas que serão depois pensadas como dependendo dele, assim nós podemos pensar a Lógica ao que será a filosofia da natureza e a filosofia do espírito. Esta analogia é inspirada, provavelmente, nas estruturas das sumas medievais, porque estas estruturas passaram para os compêndios de metafísica utilizadas na Alemanha no século XVIII . Foi Tomás de Aquino que sistematizou este tipo de pensamento de “sumas”. Nestas sumas o problema de Deus aparece no início da apresentação. Influências neoplatônicas em Hegel e Tomás de Aquino. A estrutura da Suma Teológica.
Sistema circular: momento de saída do primeiro princípio e o momento do retorno, saída e volta.
A CL pode ser comparada com que é o tratado de Deus nas sumas teológicas medievais. Tomás de Aquino

Fita 17 – A
O alcance metafísico da Lógica. A Lógica como ontologia. O caminho para a renovação da Lógica. Citação de uma frase de Hegel, a proposição fundamental, a simplissíssima intuição “de que o negativo é o positivo”, só posso ter o positivo passando pelo negativo. Toda determinação é uma negação, mas toda negação é uma determinação. A determinação está no coração do positivo.
A relação de Kant com Hegel. O entroncamento de Hegel com a Dialética transcendental. Para Hegel a contradição é a mais radical expressão da racionalidade.
OUTRA AULA: 09.10.1985
Revisão de todo o trabalho sobre a INTRODUÇÃO da CL e revisão da aula passada. Fim da INTRODUÇÃO da CL. Importância da INTRODUÇÃO. A crítica de Hegel ao Idealismo transcendental. A busca pelo verdadeiro método científico. A identidade entre método e conteúdo. A simplíssissima intuição. A mediação é essêncial à verdade.
Sobre o método dialético, segundo Hegel. O logos é necessariamente mediação. Problema do início do discurso lógico: mediado e imediato. Realidade e negação.

Fita 17 – B
O conceito de ser. O desenvolvimento da negatividade do ser e o desenvolvimento da CL.
Relação entre Lógica e Dialética e o significado de Dialética. Longa explicação sobre o uso e o sentido da palavra “dialética” para Hegel.

Fita 18 – A
Continuação sobre o tema da dialética iniciando-se em Platão e passando por Kant e Hegel. Relação entre Platão e Kant. Lima Vaz faz considerações sobre sua tese de doutorado em Platão e a relação entre a tese e o artigo sobre a Dialética das Idéias no Sofista de Platão. O drama da filosofia, o parrícidio ocorrido no Sofista para o possibilitar o nascimento da filosofia ocidental. Platão e Isócrates. O conhecimento da verdade x a retórica da persuasão. A dialética em Platão e a interpretação ulterior de dialética como procedimento negativo e exterior ao conteúdo. O mérito de Kant ao restaurar outro sentido para a dialética: a dialética é um operar necessário da razão e não uma produtora de ilusões. Sobre a lógica das determinações abstratas.
OUTRA AULA: 10.10.1985
Lógica e Cultura e a divisão da lógica. O lugar da razão demonstrativa na cultura da civilização ocidental. O problema civilizatório por excelência. A razão demonstrativa é capaz de responder às perguntas elaboradas por Kant?

Fita 18 – B
O que é o racional? O que é o sentido últmo da existência? A relação entre sentido e linguagem. A analogia entre Filosofia (CL) e Gramática. Metafísica e Lógica como alma da cultura, assim como a Gramática é a alma da linguagem. A Filosofia como auto-organização imanente do lógico. Convergência entre lógica e ontologia. CL como gramática do lógos, da cultura.

Fita 19 – A
Lógica e Cultura: o problema do sentido formulado no capítulo do Espírito Absoluto versus os problemas técnicos da sociedade contemporânea. Indicação bibliográfica.
OUTRA AULA
A Lógica como discurso absoluto sobre o próprio absoluto. Como se justifica a estrutura da CL. A analogia entre a estrutura da CL com a Crítica da Razão Pura. Sobre o Sistema e sua origem nas Sumas Medievais

Fita 19 – B
Sobre o Sistema e sua origem nas Sumas Medievais, Descartes e Spinoza.
Aspectos do discurso da CL. Comparação da Filosofia de Spinoza (Filosofia de proposições) com a Filosofia de Hegel (Filosofia do conceito). CL como discurso sistemático, como auto-diferenciação do conceito ou auto-determinação do conceito.

Fita 20 – A
O problema do começo do discurso na CL – a autodeterminação do conceito. Relação entre conceito e saber absoluto. Oposição entre sujeito e objeto.

Fita 20 – B
Caracterização das partes da CL. Divisão lógica subjetiva/objetiva. Saber puro e puro ser. Unidade entre ser e pensar distinta da unidade parmenidiana. Para Hegel a unidade entre ser e pensar é o conceito. A CL é o movimento imanente do conceito, a unidade na diferença. Esta diferença surge na unidade absoluta entre o ser e o pensar porque esta unidade é resultado de um processo no qual sujeito e objeto vão pouco a pouco suprimindo suas diferenças (conservando-as). Identidade da identidade da não-identidade.
Lógica subjetiva - correspondência com a Lógica transcendental de Kant. Kant é o interlocutor invisível de Hegel. A CL, para Hegel, é a verdadeira crítica da razão pura. A Fenomenologia do Espírito suprassume a unilateralidade da Crítica da Razão Pura.
Lógica objetiva – sucede a antiga metafísica. Metafísica como construção científica do mundo.

Fita 21 – A
Continuação da Lógica Objetiva.
Ontologia de Leibniz e Wollf. Ontologia como ciência do ser e da essência. Conteúdo da Lógica objetiva é o lógico como tal. O ser pensado absolutamente é o próprio lógico, pois as coisas são pelo lógico e portanto o lógico é mais do que as coisas. Descoberta da primazia do logos. Intuição hegeliana. CL é a descoberta da fonte do logos. Filosofia da Natureza e do Espírito é a realidade enquanto ela procede do logos.
A posição da idéia absoluta. O problema do começo
OUTRA AULA - O problema do começo da filosofia

Fita 21 – B
O problema do começo da filosofia em Aristóteles. Primeiros conceitos e primeiros princípios. Princípio lógico e princípio ontológico. Princípio de não-contradição. O problema do começo em Platão. A idéia do Bem.
O problema do começo em Descartes, em Spinoza e em Hegel.
O papel do sujeito no começo da filosofia.

Fita 22 – A
O começo do discurso lógico. Como o lógico começa a se expor e a se manifestar. A mediação e o imediato no começo do discurso.
O que é o conhecimento? Hegel não aceita a posição de Aristóteles, nem a posição de Kant. Para Hegel o discurso científico tem sua própria justificação imanente ao próprio discurso, do início ao fim do próprio discurso.
A Consciência finita quer filosofar. Mas como ela irá filosofar a partir de sua finitude? Como filosofar, partindo da consciência finita? Na modernidade a filosofia alcança a possibilidade de ter um começo que seja verdadeiramente radical. A experiência moderna da subjetividade é o momento em que a filosofia alcança a radicalidade última de começar absolutamente a partir dela mesma.
O conceito na CL é o sujeito da filosofia moderna assumindo em si a densidade ontológica da substância de Spinoza.

Fita 22 – B
Continuação do texto “Por onde deve começar a ciência”.
O problema do começo da Filosofia: a Filosofia pretende ser um discurso absoluto sobre o absoluto. E portanto, como o sujeito finito pode discorrer sobre o próprio absoluto. Kant finitizou o discurso filosófico e renunciou à possibilidade da Filosofia ser um discurso sobre o absoluto. Hegel tenta retomar ao mesmo tempo, a problemática do começo tal como ela foi colocada pelo objetivismo antigo e o problema moderno do sujeito.
A supressão da oposição entre sujeito e objeto nos conduz ao Saber absoluto que é identidade do sujeito e do objeto, ou identidade da certeza e da verdade. O Saber absoluto é, fenomenológica mente, pressuposto da lógica e, lógica mente, ele é saber puro, é o próprio começo (puro ser, o ser imediato).
A crítica de Hegel a Spinoza.
O sujeito cartesiano/kantiano suprassumido dialéticamente e ultrapassando a substância spinoziana para constituir o sujeito infinito ou conceito, cujo primeiro momento é o puro ser ou puro nada.
A certeza sensível vai ser negada na sua imediatidade por todas as figuras da consciência até chegar no saber absoluto. E o saber absoluto será uma retomada da certeza sensível. A consciência só começa a “andar” porque ela tem em si o dinamismo infinito do saber absoluto.
As críticas à Ciência da Lógica de Hegel.

Fita 23 – A
Continuação sobre o problema do começo da filosofia
A passagem da representação ao pensamento. O começo da filosofia é a consideração do pensamento enquanto pensamento. Pensamento como identidade absoluta, imediata com o pensar. Neste momento Hegel dá um passo além de Platão e Aristóteles. O objeto do pensamento é o pensamento enquanto posto imediatamente – pensamento puro, ser puro.
Crítica de Aristóteles à teoria do conhecimento de Empédocles.
As características do começo.
O sujeito e a fundamentação

Fita 23 – B
Continuação sobre o problema do começo da filosofia. A natureza circular do pensamento filosófico. O problema do começo como fundamento.
OUTRA AULA
O começo e o fundamento da filosofia.
O ponto de partida da estrutura hipotético-dedutiva é um postulado. No início da filosofia não pode haver um começo que seja um postulado, pois ela não pode buscar um fundamento fora dela. A Filosofia é auto-fundante, ela deve fundamentar-se a si mesma.
A estrutura circular do discurso. A reflexividade absoluta do discurso.
O discurso filosófico como discurso absoluto, que tenha seu fundamento em si mesmo: o problema do idealismo alemão.

Fita 24 – A
Para os gregos começo e princípio são a mesma coisa. Em si o começo é aquele que é o princípio do ser. Para Hegel, que passou pela experiência da subjetividade, o começo é mediatizado, primeiro pela suprassunção da oposição sujeito/objeto operada pela fenomenologia e depois pelo próprio discurso e no retorno do discurso ao começo. Começo que se faz princípio, que se faz fundamento. É o próprio discurso que se faz fundamento.
A enciclopédia é a apresentação deste caráter autofundante. Cada parte do discurso filosófico será autofundante. Mas o discurso autofundante por excelência é o discurso da lógica.
O discurso lógico é autofundante porque o lógico é seu próprio conteúdo e portanto não há diferenciação entre lógico e conteúdo. A passagem do lógico ao real se dá dentro do próprio lógico. O lógico se exterioriza. A primeira exteriorização do lógico é a natureza: o logos que abandonou sua imanência perfeita e se tornou exterioridade (filosofia da natureza).
O ser puro de Hegel é o absolutamente imediato e absolutamente mediatizado. Na sua unilateralidade o ser puro é o absolutamente imediato (começo). Enquanto ele é mediatizado pelo desenvolvimento exterior ele é o absolutamente mediatizado, método, caminho.
A oposição entre o ser e o nada.
O SER para Hegel é o NADA que se tornará TUDO. Exemplos do terceiro estado e do proletariado (NADA que pode se tornar TUDO).
O começo da filosofia para os antigos e o começo da filosofia para Hegel. Na filosofia antiga o começo era um princípio na ordem ontológica das coisas. O começo da filosofia para Hegel é caracterizado por um despojamento radical da pretensão filosófica. O filósofo não pode se situar numa posição privilegiada porque a estrutura do ser perdeu seus referenciais privilegiados. O único referencial que restou foi o próprio sujeito.

Fita 24 – B
O Movimento em Aristóteles é a passagem do ser ao não ser, que começa com uma identidade paradoxal entre ser e nada. Analogia entre o começo de Aristóteles e o começo de Hegel. Nas entrelinhas do texto hegeliano está toda a história da Filosofia. Na CL é o repensamento de toda a MF desde suas origens.
A primeira “definição” do absoluto. A identidade da identidade e da não-identidade.
OUTRA AULA – 31/10/1985
Começo da ciência. O problema da representação.
O filósofo quer elaborar um discurso absoluto, autofundante. Mas o filósofo é finito, que tem apenas a representação e a palavra. O paradoxo da CL: construir um discurso absoluto (em-si e para-si), sendo um discurso que é enunciado por um sujeito finito através da representação e da palavra.
Para Hegel, a MF é uma necessidade intrínseca do discurso. Para Kant a MF é uma necessidade do homem. Para Hegel a MF é uma exigência do logos. Daí a diferença entre o subjetivismo kantiano e o objetivismo hegeliano.
Para Kant o logos se submete às condições de finitude do homem. Para Hegel é o logos que arranca o homem da sua finitude. A MF é uma necessidade arquitetônica da razão. A razão precisa completar o edifício que ela começou.

Fita 25 – A
O começo da filosofia. A indigência do começo da filosofia.
Encerramento do problema do COMEÇO e passagem para o capítulo da IDÉIA ABSOLUTA. Terceira seção do capítulo terceiro da CL. Parágrafos correspondentes da Enciclopédia 236-244. Apresentação e elogio do capítulo sobre a Idéia Absoluta.

Fita 25 – B
A idéia absoluta é o método, o caminho fundante, caminho que é fundamento de todos os caminhos, o caminho que suprassume todos os caminhos de compreensão. É o caminho filosófico em si mesmo. É a autoconsciência do conteúdo. É o conteúdo que se sabe a si mesmo. É o lógico como tal – das Logische.
Duas vertentes da CL: 1.a lógica objetiva (que trata do ser e da essência) que corresponde à antiga ontologia, a parte da antiga metafísica que trata do ser e da essência. 2. a lógica subjetiva (sentido sui generis); significado da palavra SUBJETIVO. Definição de CONCEITO: Ser cuja inteligibilidade é em si mesma, é a partir de si mesmo; no conceito não há nada que não esteja referido a ele mesmo. Ser que é ser e essência, este ser mostra sua inteligibilidade a partir dele mesmo, a reflexão é interna e não depende de nada fora dele mesmo. Como dizem os medievais: o inteligível em ato é a inteligência em ato. Identidade entre o inteligível e a inteligência. O inteligível não pode ser separado da inteligência (expressão aristotélica: pensamento de pensamento).
A passagem da lógica objetiva para a lógica subjetiva. A passagem do inteligível para a inteligência. Por isso que o conceito se tornou sujeito!
OUTRA AULA: 06/11/1985
Revisão da aula anterior. A Lógica objetiva e sua correspondência com a ontologia antiga. A Lógica subjetiva refere-se à parte original de Hegel na qual se estuda o aspecto lógico e formal do processo de determinações sucessivas que vão realizar a identidade da forma e do conteúdo.

Fita 26 – A
Momentos da subjetividade e da objetividade. Passagem de uma para outra. Definição de subjetividade. Definição de idéia absoluta.
A idéia absoluta como arqué de toda a realidade. A realidade é o conceito e o conceito é a realidade. Conceito é o lógico como tal. A idéia absoluta não é propriamente um ser. Ela é uma identidade mediatizada do lógico consigo mesmo, ela é método, um caminho a ser percorrido por tudo aquilo que tem razão de ser.
Para Hegel, a primeira idéia arquetipal é a idéia da vida. Para Platão é a alma do mundo. A segunda idéia arquetipal é o nous.
Definição de conhecimento. A primeira idéia arquetipal é a idéia da vida para Hegel, e a idéia de alma do mundo para Platão. A segunda idéia arquétipa é o NOUS.
A tendência do conhecimento ser UNO com seu objeto.
A Idéia absoluta é a identidade da idéia teórica com a idéia prática. É a suprassunção da contradição entre a idéia teórica e da idéia prática. Hegel está reestabelecendo a metafísica em sua Ciência da Lógica. Estabelecendo a identidade entre a razão pura teórica e a razão pura prática.

Fita 26 – B
A Idéia absoluta e o argumento ontológico. A retomada da Teoria das Idéias de Platão. Longa exposição sobre a Idéia absoluta em Hegel

Fita 27 – A
Aristóteles – conhecimento como perfeição mais alta. Energeia pura. Pensamento de pensamento. Alinha platônica (identificação do inteligível e do intelecto) e a linha aristotélica (identidade do sujeito com seu próprio pensamento) convergem para o conceito hegeliano de idéia absoluta como sujeito. Platão, platonismo e Hegel
OUTRA AULA 7/11/1985. – A idéia absoluta em Hegel.

Fita 27 – B
Idéia absoluta: único objeto de conteúdo da filosofia. Porque ela é o termo da CL e portanto, tem toda determinidade lógica.
Tarefa da filosofia: reconhecer a idéia absoluta na sua figuração.
A CL começa quando o problema da oposição sujeito x objeto já está resolvido (Fenomenologia do Espírito).

Fita 28 – A
Sobre a idéia absoluta. Os modos da idéia absoluta existir, intuição, representação e conceito. Sobre a arte e a logicidade do real através da intuição da beleza.
Sobre a religião como forma de expressividade. O mito como sentido absoluto da realidade. Sobre a filsoofia como expressão da idéia absoluta.
13 de novembro de 1985
Capítulo sobre a Idéia absoluta.
O sistema da filosofia e a articulação das figuraçòes da idéia absoluta.
Modos de autocompreensão da idéia = a arte, a religião e a filosofia. A idéia em-si e para-si é a a filosofia enquanto a filosofia é CL.
A CL trata da Idéia absoluta em si. A CL é eqüioriginária, é coextensiva a todo o sistema da filosofia.

Fita 28 – B
Natureza e espírito são exteriorizações da idéia porque a idéia se finitiza.
Sobre os silogismos do sistema no fim da Enciclopédia.
O cristianismo como última religião a ser substituída pela filosofia.
O cristianismo como religião absoluta.
Filosofia como coroa da religião. Filosofia como modo de vida. Filosofia como razão de todas as coisas. A razão da razão para Hegel é a CL..

Fita 29 – A
Sobre a identidade entre forma e conteúdo: forma infinita. A Identidade dialética é diferente da identidade parmenidiana. O Sentido do método em Hegel. O núcleo do capítulo sobre a idéia absoluta está na compreensão do que Hegel entende por método. Definição de Método.
OUTRA AULA - 14/11/1985
A idéia absoluta como método. A idéia absoluta é o caminho percorrido pela forma e pelo conteúdo.

Fita 29 – B
Definição de Idéia Absoluta e longa exposição sobre a definição e a natureza do método.

Fita 30 – A
O PENSAMENTO. DEFINIÇÃO DE PENSAMENTO. Sobre a natureza do pensável. Sobre a dificuldade do pensamento hegeliano e sua audácia.
A CL é a passagem do pensável para o pensado.
Esta é a última fita do curso. Nesta aula Lima Vaz anuncia que ainda há as aulas da próxima semana. Mas esta é a última fita.
Ele anuncia que no ano seguinte será estudada a Enciclopédia das Ciências Filosóficas, quando será feita a análise dos silogismos finais da Enciclopédia que são a chave da abóbada do sistema hegeliano.
Na 1ª aula do curso sobre a enciclopédia em 1986, Lima Vaz lembra que as últimas aulas de 1985 não foram dadas por causa de uma gripe. Este comentário permite concluir que este jogo de 30 fitas, sobre o curso da CL ministrado em 1985, está completo. Apesar da inexistência da gravação das últimas aulas anunciadas para a semana seguinte.
Portanto há coerência entre o final deste conjunto de fitas e o início do próximo conjunto de fitas.

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