- Detalhes
- Categoria: Fitas de áudio sobre Hegel
A Ciência da Lógica - 1985 ( Parte I - Fitas de 1-15)
Introdução ao Sistema de Hegel
- A Ciência da Lógica -
Curso Ministrado por Henrique Cláudio de Lima Vaz - 1985
3º módulo de 4 semestres
Estas anotações estão muito extensas e o bloco foi dividido em duas partes - Fitas de 1 a 15
Informações sobre o curso:1. Curso ministrado no segundo semestre de 1985 na Universidade Federal de Minas Gerais. No primeiro semestre de 1985, Lima Vaz ministrou um curso de Introdução ao Sistema hegeliano a partir da Fenomenologia do Espírito. O curso do primeiro semestre foi gravado em fitas de vídeo-cassete. No segundo semestre de 1985, Lima Vaz ministrou este curso que está gravado em 30 fitas cassetes. E no semestre seguinte (1º semestre de 1986) Lima Vaz ministrou o curso sobre a Enciclopédia de Hegel.
2. Curso gravado pelo Sr. Renato Gama.
3. Número de fitas: 30 fitas cassetes
4. Digitalizada em DVD.
5. Bom estado de conservação.
6. Tempo de curso digitalizado – aproximadamente 30 horas. As gravações estão bem uniformes. A maioria dos arquivos possui um tempo de gravação em torno de 29 minutos e 33 minutos.
7. Os textos que se seguem são apontamentos esparsos realizados pelo Prof. Dr. Rubens Godoy Sampaio a partir da audição de cada uma das fitas e têm como finalidade servirem como índice para a localização dos tópicos trabalhados ao longo das aulas gravadas. Todavia, neste curso da CIÊNCIA DA LÓGICA especificamente as notas foram muito mais longas. Isto se deve ao fato de que todos os outros cursos de Hegel, ministrados por Lima Vaz, sempre estiveram muito relacionados com a Ciência da Lógica. Os cursos sobre o Idealismo Alemão e a Essência em Hegel na verdade trataram basicamente de textos da Ciência da Lógica. Não obstante ainda haja o curso da Enciclopédia das Ciências Filosóficas, que será ministrado em 1986, este curso do 2º semestre de 1985 é o curso mais completo de Lima Vaz sobre Hegel e que se constitui como a chave de leitura dos outros cursos.
8. Estes apontamentos não são um resumo do curso, nem a digitação das aulas gravadas.
9. Observações: Considerando a data da digitalização destas fitas, vale notar que as gravações em fitas cassete foram realizadas há exatamente 20 anos. Em decorrência do desgaste do tempo algumas fitas apresentam um certo grau de deterioração que impedem a digitalização total de todo o curso gravado. Até a fita número nove as gravações foram feitas em fitas da marca BASF. A partir da fita número 10, há mudança de marca e as gravações começam apresentar problemas no começo e no final da reprodução. As fitas estão digitalizadas em trechos de aproximadamente 30 minutos o que corresponde a cada um dos lados da fita.
10. Digitalizado por Rubens Godoy Sampaio em julho de 2005.
11. Destaque para a Fita 16 A na qual Lima Vaz trata da noção de Saber Absoluto e da noção de Conceito.
Fita 01 – A
Apresentação do curso pelo Sr. Renato Gama: segundo semestre de 1985.
Introdução so sistema de Hegel. Não é um estudo interpretativo dos textos de Hegel. Introdução às grandes idéias do sistema Hegeliano. No primeiro semestre foi apresentada a evolução do pensamento hegeliano e Fenomenologia do Espírito.
Sistema começa a ser elaborado depois da saída de Iena e da composição da Fenomenologia do Espírito. Sistema acabado e dialéticamente fechado.
O Sistema se apóia sobre a Lógica.
No segundo semestre será estudada a Lógica de Hegel em suas grandes linhas e em sua estrutura. Depois será estudada a Enciclopédia das Ciências Filosóficas (a forma didática do seu sistema).
Estudo da Ciência da Lógica (CL)
Origem / Gênese histórica da CL.
Informação editorial dos editores mais recentes da CL.
O termo LÓGICA conduz a uma compreensão deformada da CL. Lógica como regras de funcionamento do pensamento demonstrativo - visão clássica da Lógica. Hegel muda este sentido do termo LÓGICA. Sentido derivado da tradição e sentido propriamente hegeliano.
O domínio do lógico compreendido como o domínio do ontológico. O lógico é a forma mais radical do ser. Lógica hegeliana é diferente da lógica aristotélica. O domínio do lógico é objeto da FILOSOFIA PRIMEIRA, MF. A Lógica de Hegel trata dos problemas que eram problemas da Filosofia Primeira.
A lógica dialética não é uma alternativa à lógica formal. Lógica dialética como complementação da lógica formal. Não são lógicas opostas entre si. A lógica formal não é suficiente para tratar dos problemas metafísicos. A dialética nasce no terreno da MF clássica. A lógica de Hegel é uma resposta à Dialética Transcendental de Kant. Hegel não quer substituir a lógica formal.
Grandes linhas da evolução da CL.
FITA 01 – B
A Lógica de Aristóteles não é aplicada à sua MF. A lógica formal aristotélica é insuficiente para ser aplicada à sua MF. A Lógica formal não consegue justificar seus primeiros princípios. O argumento da redarguição extrapola os limites da lógica formal.
Manuscrito de Hegel – LÓGICA E MF E FILOSOFIA DA NATUREZA. Lógica de Iena (1804-1805). A CL passa a ser a primeira parte da filosofia que levará a reflexão filosófica até o problema do infinito, problema do qual nascerá a MF. Lógica é introdução, propedêutica à filosofia. Primeira categoria estudada: é o SER. Até o momento do confronto com o interdito kantiano - o problema do infinito: pensamos o infinito, mas não conhecemos o infinito. Segundo Kant só pensamos o infinito dialéticamente através de paralogismos, antinomias e idéias da razão. Nascimento da idéia de suprassunção dialética. Neste manuscrito, Hegel pensa a lógica como introdução à filosofia. Há uma espécie de interrupção do trabalho sobre esta lógica. Hegel desiste de fazer da lógica a introdução à filosofia. Encaminha-se para a Fenomenologia do Espírito. Estabelecimento da ciência da experiência da consciência como introdução à filosofia: Fenomenologia do Espírito. 1806 é o ano de encerramento da redação da Fenomenologia do Espírito.
Primeiros intérpretes de Hegel: porque até 1805 a Lógica era a introdução à Filosofia e depois de 1805 Hegel desiste de fazer da Lógica a introdução à Filosofia e caminha para uma nova forma de introdução: a Fenomenologia do Espírito. Início da interpretação de que Hegel teria dois caminhos: antropológico e metafísico. E na Fenomenologia teria ganhado o caminho da antropologia. Hoje não se admite mais este dualismo na evolução do pensamento de Hegel. A partir de 1805 ele chegou à convicção de que a Lógica não seria a introdução, porque ela seria a primeira parte do sistema e não podia desempenhar a função de introdução. A lógica tal como ele teria definido seria a continuadora da MF clássica estava ligada às necessidades do tempo. A lógica precisa de uma referência histórica dada, de uma referência ao filósofo. A Fenomenologia é a retomada do problema da introdução de uma nova MF, na dimensão de sua justificação histórica. Ela é uma exigência do tempo.
Hegel anuncia a Fenomenologia e as partes seguintes conforme a folha de anúncio da Fenomenologia. Ciência introdutória ao sistema da lógica, ao sistema da natureza e ao sistema do espírito. Unificação da terminologia: O sistema tem 3 partes: CIÊNCIA DA LÓGICA, CIÊNCIA DA NATUREZA e FILOSOFIA DO ESPÍRITO.
Terminou a Fenomenologia e começou a trabalhar na Ciência da Lógica. Redação que vai de 1807 a 1812 para publicar o 1º volume. O 2º volume é escrito em 1812: volume da Essência. De 1813 a 1816 Hegel escreve o 3º volume: o Conceito. História de redação diferente da redação da Fenomenologia que foi escrita em um ano e meio. A Fenomenologia recolhe trabalhos anteriores. Na CL o conteúdo é elaborado por Hegel à medida que ele vai escrevendo. É sua obra maior. Anunciado inicialmente como SISTEMA DA LÓGICA. Mas aparece como CIÊNCIA DA LÓGICA. 1º volume reeditado e profundamente reelaborado em 1831. Reelaboração publicada apenas pelos editores de Hegel. Revalorização da edição de 1812, republicada em 1976.
Comparação entre a Lógica de Iena e a Ciência da Lógica.
FITA 02 – A [/b] - 30:23
Evolução histórica da Ciência da Lógica. Acompanhamento desta evolução. Não se deve buscar aí algo semelhante ao que se entende por Lógica formal. Hegel não figura na história da Lógica, mas na história da MF ocidental. Em Iena Hegel está procurando um caminho novo para o começo absoluto. Buscar um começo absoluto. Começar absolutamente. Na tradição aristotélica e histórica a filosofia começa com a lógica formal.
O problema é que o fundador da lógica formal não conseguiu fazer dela um instrumento para tratar a MF. Aristóteles não aplicou a lógica formal à MF - MF. Uma vez que a lógica formal pressupõe a definição precisa de seus objetos. Isto não se pode fazer com os temas da MF. Aristóteles na sua MF ultrapassou os limites da própria lógica. Aristóteles sentiu este embaraço, pois na MF há uma MF da substância, uma MF do ato e da potência e uma teologia (uma MF do primeiro motor). Aristóteles não conseguiu reduzi-las à unidade. A lógica formal não se aplica ao primeiro motor.
Leibniz e Spinoza tentaram enquadrar a MF nos quadros da lógica formal. Uma matemática do absoluto. A Lógica aristotélica é uma transposição da lógica dos geômetras gregos. Leibniz buscava uma lógica universal que conseguisse penetrar no domínio da MF. Hegel não está ocupado com problemas de lógica formal. A lógica formal era um obstáculo para alcançar uma lógica da MF. Crítica de Hegel aos conceitos rígidos do entendimento. Dissolver a rigidez dos conceitos rígidos do entendimento. O problema da Lógica e da MF. O problema do começo absoluto da Filosofia. O problema da dialética transcendental de Kant. Como clarificar o estatuto lógico da MF. A MF é possível como ciência? Existe uma lógica científica para a MF? A lógica penetra no terreno da MF, mas aqui a lógica não funciona mais como organizadora do conhecimento, apenas como organizadora do pensamento.
Hegel sabe que seu problema não será resolvido a partir da lógica formal. Fichte e Schelling partiram do que Spinoza realizou e ambos não conseguiram alcançar resultados sólidos.
A lógica é feita para pensar o finito. Quando ela tenta pensar o infinito ela passa para o âmbito da MF. A lógica de Iena começou com o estudo do ser à luz das categorias da quantidade e da qualidade. A quantidade introduz a questão do infinito. Num certo momento ocorre uma inflexão no pensamento de Hegel (manuscrito Lógica, MF e Filosofia da Natureza). Este texto é guardado e se inicia o empenho sobre a Fenomenologia. Hegel intui que o problema não era fácil de ser resolvido, pois há o problema da consciência histórica do tempo. Kant impôs como pivô de toda a CRPu a noção do Eu Transcendental.
A filosofia não existe sem o filósofo, sem o sujeito. O filósofo é condição sine qua non para a própria filosofia. Necessidade da filosofia para entender a cultura da cisão. A necessidade da filosofia era histórica e posta pelo filósofo. Ele não pode esperar o fim do sistema filosófico para fazer a sua aparição. Ele já estava desde o início... aí aparece a Fenomenologia do Espírito: retomada de Hegel do problema do Eu transcendental enquanto tentava pensar o problema da lógica do absoluto. Ele percebeu que a introdução do problema da subjetividade inseria a necessidade de explicar o problema da lógica do absoluto. Uma MF do tempo, do momento histórico. Consciência que se torna consciência filosófica e que se instala no saber absoluto.
A consciência do eu transcendental é o conceito - Begriff.
Trabalho de desenvolver a lógica do saber absoluto (CL). Como passar do saber absoluto para o ser. Construir uma lógica do absoluto que fosse uma ciência real.
Fita 02 – B
Hegel está em Nuremberg. Hegel está escrevendo uma nova lógica, que não tem nada a ver com a lógica formal. Hegel está dando aula em Nuremberg e escreveu vários cadernos utilizados para suas aulas. Rosenkrantz descobriu estes cadernos, organizou-os numa ordem mais ou menos arbitrária e publicou-os em 1840, sob o nome de Propedêutica Filosófica. Reeditada com o nome de Escritos de Nuremberg. Cadernos de aula de Hegel para suas aulas para o ginásio. Enquanto redigia estes cadernos, Hegel estava trabalhando sobre a Ciência da Lógica. Estes textos têm vários esboços do que será a Ciência da Lógica que ele estava redigindo. Muito do que aparecerá na Enciclopédia também já estava aqui nestes cadernos. Hoje se estuda muito a Propedêutica. Publicação das Cartas de Hegel e para Hegel editadas pelo próprio filho de Hegel. Três volumes em francês. É possível acompanhar seu trabalho de docência e seu trabalho de produção filosófica através da correspondência de Hegel com o reitor de Nuremberg. Hegel guardava suas cartas. Cartas de Hegel e para Hegel. Cartas para Mitrrahner.
Hegel divide a Lógica em três partes: 1.lógica ontológica (ser, essência, realidade efetiva), 2.lógica subjetiva (conceito, juízo e silogismo), 3.doutrina das idéias... (idéia da vida, idéia do conhecimento e idéia absoluta).
A Propedêutica é uma antecipação da CL e não exatamente um resumo da CL. Hegel está redigindo uma nova MF.
Fita 03 – A
Dialética das categorias do Ser, dialética das categorias de essência, dialética da relação absoluta.
A CL é uma espécie de ampliação a todo o campo da razão de todos os conflitos que Kant apresentou na Dialética Transcendental.
Começa a CL com a antinomia entre o SER e o NADA. Até a reapropriação do campo da razão depois dela ter atravessado todas as suas oposições.
Dialética das categorias da essência. Oposição entre matéria e forma (Aristóteles)
Dialética da relação absoluta. Conflito do possível e do real, da possibilidade e da efetividade.
O que significa o conflito da razão consigo mesma? Este é o campo da MF.
OUTRA AULA
Estrutura da CL.
Apresentação do esqueleto do que será a CL. Em 1809-1810 Hegel já tem elaborado o que será mais tarde a CL.
Indicação de Fragmentos que antecipam aspectos da CL.
Parecer ao Ministro da Educação da Baviera (1812) sobre a necessidade de uma nova MF.
Divisão do conhecimento entre entendimento e razão como chave para entrar no pensamento de Hegel. Em Iena ainda há distinção entre lógica e MF. Em Nuremberg já não há mais esta distinção entre lógica e MF. Confusão dos estudiosos sobre esta questão.
Apresentação da CL como fundamento e começo do sistema, sem tematizar este problema, nos textos de Nuremberg.
Distinção dos três aspectos do lógico, nos textos de Nuremberg. Das Logische = lógico e ser.
Dialética – a razão se volta para o entendimento para dissolver seus limites fixos.
Fita 03 – B
Sentidos da palavra DIALÉTICA (Platão, Aristóteles, Kant e Hegel).
Definição de Saber Absoluto. Referência ao parecer enviado ao Ministro da Educação.
Renovação do Ensino de Filosofia através de uma nova MF com a CL. Prisma da Razão segundo o Lógico. Prisma de três lados: lógico, especulativo e o metafísico. Novo significado do termo LÓGICO: sentido de LOGOS (aquilo que é pensado e aquilo que é). Pensamento que pensa a si mesmo = Lógico. Recuperação definitiva e fundamentação definitiva do eu pensante. Desfazimento da noção usual do termo CONCEITO como representação de alguma coisa. Conceito é a síntese do real e do pensado para Hegel. Identidade do que é pensado e do que é real, pois para Hegel o real tem que ter razão de ser. Semelhante à razão suficiente de Leibniz. BEGRIFF é a coisa e a sua razão de ser. O que é real é racional e o que é racional é real. RACIONAL = REAL.
Publicação da CL. Prefácios da Filosofia do Direito e da Enciclopédia de 1930.
Lógica da Propedêutica Filosófica é intermediária entre a Lógica de Iena e a própria CL. Alguns autores dão importância demasiada à Lógica da Propedêutica. Evolução do pensamento hegeliano. Características da Ciência da Lógica. Monumento isolado.
IDÉIA DO CURSO: Os grandes temas da CL. Idéia da Lógica hegeliana, seu grande problema e os grandes temas da Lógica hegeliana. Neste curso não será feita uma leitura dos textos como o próprio Vaz fez em outros cursos.
Idéia da Lógica como ponto de chegada e estuário de toda a evolução do pensamento de Hegel até então, termo da evolução do pensamento hegeliano. Depois da CL Hegel não evoluiu mais. CL é o apex de sua evolução, seu ápice. É o termo da ascensão do pensamento de Hegel.
Indicações bibliográficas sobre Hegel.
Fita 04 – A
Indicações bibliográficas sobre Hegel. Trecho breve e inconcluso.
OUTRA AULA
O aluno que gravou as aulas anunciou a perda do início desta aula.
Sobre a consciência no seu sentido histórico e cultural que recebe na Fenomenologia um estatuto teórico. Formação da consciência para a formação da ciência, para o saber absoluto. Saber absoluto, do ponto de vista da consciência. Lógica, a partir do ponto de vista de si mesmo. Reflexividade da consciência como um acontecimento histórico e especulativo. Sentido da obra de Hegel: transformar um acontecimento histórico num acontecimento especulativo - a evolução da consciência até o momento em que ela consegue refletir sobre suas próprias obras, de forma absoluta. A cultura ocidental torna-se objeto do saber. A CL é a continuação do trabalho do evento histórico do saber absoluto em evento teórico. Momento histórico pós-revolucionário. Momento teórico pós-kantiano, continuação da filosofia de Kant por Fichte, Schelling e por Hegel mesmo.
Repensar a unidade da cultura transformando o evento histórico em evento teórico dentro do sistema e da CL. A CL nasce dentro da Crítica da Razão Pura. O “Eu penso” torna-se BEGRIFF (conceito, conceptus, ideia – em Platão).
A CL é a passagem do eu penso ao conceito, do que aparece ao que é. É o eu penso com uma valência ontológica. O eu penso ontológica mente considerado. Para Kant é impossível alcançar ontológica mente o eu penso porque o sujeito não tem uma intuição intelectual que capte o próprio eu penso. CL é continuação da lógica transcendental.
Fenomenologia como primeira parte do sistema. Inadequação desta expressão. Ciência da Lógica como ciência da liberdade. O conceito na Ciência da Lógica é diferente do conceito na lógica formal – Aristóteles – conceito como abreviatura de uma classe de objetos, com função gnoseológica. Conceito para Hegel é o ser que é dado pelo próprio pensamento. Nada a ver com o conceito da lógica formal. O ser é aquilo que tem razão de ser, aquilo que apresenta sés títulos para existir, O que é só apresenta seus títulos para existir se for pensável. O pensamento é o que existe de mais radical na ordem do ser. Conceito é a mesma identidade entre ser e pensar. Aspecto intuído por Parmênides mas não desenvolvido por ele. A porta da frente da filosofia é Parmênides. O ponto de partida de Hegel é Parmênides, mas seu desenvolvimento é heraclítico.
Fita 04 – B
CL desenvolvimento do conceito como superação de toda cisão teórica e prática que se apresenta como evento espiritual ou cultural na hora histórica de Hegel. A tarefa da filosofia é suprassumir esta cisão.
A lógica hegeliana como ontologia do sujeito.
CL como desenvolvimento dialético do sujeito a partir da sua identidade com o ser e que depois se exteriorizará na natureza e na história.
Lógica e Metafísica para Hegel são termos diferentes da designação tradicional dada a estes termos.
A Lógica hegeliana é a gênese absoluta do sentido.
Fita 05 – A
Originalidade da CL. Como o espírito finito pode pensar o infinito?
Temas da cisão e da reconciliação. Em termos lógicos: identidade e contradição.
OUTRA AULA
Relação entre a CL e a Fenomenologia. A Fenomenologia é cronológica mente anterior à CL. Mas é a lógica que sustenta a coerência da Fenomenologia. Definir o começo da CL.
A lógica formal é o começo da ciência. Este tipo de começo não serve para o conhecimento que Hegel quer construir. Hegel quer o lógico em si mesmo. Aqui a lógica não é um instrumento para construir a ciência.
Considerações sobre método e conteúdo nos prefácios de 1812 e 1831. A tarefa da CL é explicitar, trazer à consciência a natureza do lógico. Problema fundamental da CL. O saber como saber de si mesmo. O saber enquanto tem imanente o seu próprio saber. O saber do espírito – logos – tem em si mesmo o seu próprio saber: das Logische. A tarefa da lógica não é passar da ignorância para o saber. A tarefa da lógica é passar do saber-se a si mesmo ao saber que efetivamente é. A fundamentação discursiva deste saber. O logos que está implícito, explicitá-lo. Fundamento de todo o saber. Justificação discursiva de tudo aquilo vem a ser saber.
Saber-se a si mesmo é o lógico como tal. É a determinação fundamental de toda efetividade, de toda realidade que efetivamente é (Wirklichkeit). Construir este saber que se sabe a si mesmo. Esta é a tarefa de Hegel em sua CL. Problema do tempo na CL.
Filosofia primeira é a necessidade de explicitar o lógico como tal, o saber do saber, pois a civilização ocidental dá a razão de si mesmo. Passagem da lógica formal para a lógica especulativa.
O tempo é o ser-aí do conceito. O tempo é o existir do lógico. Pensar o tempo enquanto sentido, enquanto razão de ser.
Fita 05 – B
Prefácio de 1831. Necessidade histórica. Lógico como verdade e liberdade. Determinações do pensamento. Posso começar a ciência isolando o pensamento do seu conteúdo? Começo insuficiente. O lógico é aquilo que faz com que o lógico seja o que é efetivamente. Exemplo dos dados coletados. O lógico não pode ser um puro instrumento. Aquilo pelo qual uma coisa é, é de um modo mais excelente ainda. O lógico não pode ser uma forma vazia.
Observação sobre o REALISMO INGÊNUO. A exterioridade e a coisa-em-si.
Fita 06 – A
A ideia da Lógica como termo e fundamento, termo e começo do pensamento de Hegel. Ponto de chegada de toda filosofia clássica na perspectiva da lógica transcendental de kant. A CL é a lógica transcendental levada a seu termo e ultrapassando todos os limites que Kant impôs ao pensamento.
Mediação dialética e suas interpretações. Nova concepção da realidade. O ser é sempre aquilo que é negação de si mesmo e vai tornar-se outra coisa diferente dele mesmo.
Kant optou por um dos termos da cisão. Kant optou pelo Entendimento. Hegel quer ultrapassar esta cisão.
Tópico da lógica como liberdade. Hegel retoma a expressão kantiana do reino da liberdade. É no conceito que se abre o reino da liberdade.
Indicações bibliográficas sobre o tema da liberdade em Hegel. Citação do conceito de analética.
Fita 06 – B
Indicações bibliográficas sobre o tema da liberdade em Hegel. O conceito é a liberdade. Fichte foi o filósofo da liberdade. Hegel é o ponto culminante das filosofias da liberdade do século XVIII.
A História da liberdade no ocidente está ligada à palavra, ao logos. Isto começa com Aristóteles – é livre quem fala. Idéia que culmina em Hegel. Ligar liberdade e palavra, liberdade e pensamento. Liberdade é expressão do sujeito e com isto foge ao determinismo do pensamento, que não é uma cadeia para o pensamento, mas a própria alma da liberdade. A liberdade tem que ser lógica para ser verdadeira liberdade. Senão ela se torna arbítrio, indeterminação. Ligar palavra e liberdade é algo que acontece desde Platão, Aristóteles até Hegel.
A definição de ser livre. Tanto mais livre quanto mais capacidade de dar razão de si mesmo. Expressão causa sui: 1. interpretação moral/ética -> o livre é por causa dele mesmo (Aristóteles); 2. interpretação ontológica: o livre é causa dele mesmo. Em Hegel há a convergência destas duas interpretações.
Kant escreveu a CRPu para garantir a liberdade do homem. Seu texto não é uma epistemologia. Kant é um metafísico da liberdade. Ele quis estabelecer um círculo de limite para a ciência experimental para dar lugar à liberdade. Kant, liberdade, fato da razão, filosofia da liberdade.
Fita 07 – A
Os momentos da lógica. Consideração da Lógica de Hegel a partir do tema da liberdade.
OUTRA AULA
Como identificar liberdade e verdade? Problema da relação entre Verdade e Liberdade. Identificação ontológica entre liberdade e verdade. A CL como ontologia. Civilização ocidental condenada à liberdade, à necessidade de dar razão de si mesma. Liberdade do indivíduo e autopossessão do grupo. Vontade geral de Rousseau. Utopia da sociedade ocidental e liberdade.
Para Hegel, é o conceito que se abre o reino da liberdade. O conteúdo da lógica é a equação verdade = liberdade. Hegel quer buscar uma forma adequada para este conteúdo. Qual é este conteúdo? Pois a tradição filosófica coloca em pólos distintos, às vezes como oposição entre verdade (necessidade) e liberdade (contingência). Begriff – Conceito.
Conceito para Hegel é o resultado do processo que conduz à identidade entre liberdade e verdade. Relação entre lógica e liberdade.
Ser livre é autopossessão. Ser senhor de si mesmo. Liberdade pensada em oposição à escravidão. Dar razão de si mesmo. Reger-se. Comandar-se. Na imagem do círculo o fim retorna ao começo. O logos é autopossessão, autoregulação e neste dar razão de si mesmo ele se rege a si mesmo. Liberdade sempre é pensada como negação de qualquer força exterior que venha a se interpor entre o domínio de si mesmo. O contrário de liberdade é a violência, é a força exterior irresistível e que rege e comanda o indivíduo e a própria liberdade. Ontológico é a identidade entre verdade e liberdade. CL é o desenvolvimento discursivo desta identidade. É perfeito o ser cujo fim se re-encontra consigo mesmo. Mal infinito é aquilo que caminha sem nunca chegar a um fim, progride sem recuperar-se a si mesmo. O infinito verdadeiro é aquele cujo progresso significa uma recuperação do começo. O começo levado a sua perfeição. Imagem do círculo. Círculo dos círculos: Lógica, Filosofia da Natureza, Filosofia do Espírito.
Fita 07 – B
Substância de Spinoza: causa sui. Eu penso hegeliano, como resultado, como conceito, como sujeito. Pensar a substância como sujeito. Momeno decisivo da CL. Passo mais importante da CL: passagem da lógica da essência para a lógica do conceito. É neste momento que Hegel liberta a tradição do determinismo e da necessidade. Como pensar a liberdade sem sacrificá-la na necessidade e sem abandoná-la ao arbítrio e à contingência?
As objeções à concepção hegeliana: Popper, Bloch, Adorno.
A lógica não tem um início fora dela. A questão sobre o fechamento do sistema. Panlogismo. Hegel não quer explicar tudo. Seu sistema não é uma explicação universal. No domínio do logos não se pode ser impelido por algo que esteja fora do logos.
Para Hegel a CL deve responder à exigência fundamental de seu tempo: PENSAR A LIBERDADE – tarefa da filosofia. E não realizar a liberdade – tarefa os homens vivos em carne e osso.
Fita 08 – A
CL responder à exigência de pensar a liberdade. Conceito que se autoproduz. Pensar a liberdade se ela for capaz de se justitificar e trazer para o sujeito que é livre a possessão de si mesmo. Este é o conceito de liberdade que estava presente em todas as revoluções e em todos os projetos de libertação do homem. Dar ao razão ao domínio de si mesmo.
Outro aspecto da introdução à CL
Lógica e a Fenomenologia do Espírito (FE)
No primeiro semestre nos dedicamos à presença da Lógica na FE. Agora é como a FE está presente na CL.
CL é a matriz conceptual do discurso fenomenológico (afirmação de Hegel). Correspondência estrutural entre as duas obras. Mas como isto pode acontecer se a CL foi escrita depois da FE? Questão trabalhada no primeiro semestre.
Interrupção da aula e início da aula seguinte.
Análise da parte final do Prefácio da CL. A leitura da CL supõe uma crítica da exterioridade e da oposição entre forma e conteúdo. O lógico como tal é o conteúdo mais profundo da realidade. O lógico é a alma da realidade. Não há porque opor o lógico ao real. O paradoxo do lógico sem conteúdo. O lógico é a verdade por excelência. O lógico é a fonte de toda a verdade.
Se o começo da ciência fosse feito a partir do lógico como simples forma, o início da ciência seria apenas o finito. Mas a ciência deve se abrir a partir do campo total do pensamento. O finito como tal não abrange o dever-ser Zollen do pensamento, porque o verdadeiro não tem limites. Não é possível por limites ao verdadeiro, porque no conceito de verdade está implícito a noção de infinito.
Não se pode dar limites à verdade. O verdadeiro é o infinito.
Na Lógica de Iena está a descoberta da dialética do infinito. O pensamento do infinito como começo da dialética. O lógico como forma vazia – começo da ciência – implica a imposição do limite do conhecimento. Colocar fronteiras no conhecimento, na verdade. Hegel diz que a verdade não tem fronteiras. Então não se pode começar o estudo da verdade afirmando os seus limites. A forma enquanto finita está dentro de um processo, de um movimento, de um desenvolvimento do pensamento infinito, de um pensamento que não tem limite. Como fazer do momento da finitude da forma o critério definitivo para dizer até onde eu posso pensar? Este é o paradoxo mais profundo do formalismo em sua expressão acabada no pensamento de Kant.
Identidade do pensamento consigo mesmo que se afirma igual a si mesmo, que faz a si mesmo objeto do próprio saber.
Fita 08 – B
O Problema do começo da lógica.
Relação entre CL e o Sofista de Platão. Como conhecer o entrelaçamento das idéias. CL quer levar a termo a symploké, o entrelaçamento das idéias.
O pensamento é e deve ser tudo aquilo que é verdadeiro. Zollen – o dever-ser do pensamento. Pergunta dramática: Como pode o logos – das Logische – ficar fora, enquanto simples forma vazia, do domínio da verdade, fora da ciência que tem por objeto a verdade? Como pode ficar exildo do país da verdade?
Como o lógico (a verdadeira verdade que se reconhece a si mesmo) que manifesta a verdade para o homem, está fora da verdade? Portanto as determinações do pensamento são o objeto ou o campo da CL. A CL pretende simplesmente tomar o nosso saber, enquanto saber reflexivo, que transcreveu o real em abreviações lógicas.
O pensamento é capaz de auto gestão de si mesmo. Por que o homem pode transformar um objeto qualquer em um objeto pensado? Porque o pensamento pode fazer isto inicialmente consigo mesmo. A CL será um desenvolvimento do pensamento na sua necessidade. O pensamento realiza este prodigioso trabalho de fazer com que as coisas sejam pensadas porque ele é capaz de se pensar a si mesmo, de se determinar a si mesmo. Assim termina o prefácio. A CL é a verdadeira alternativa ao chamado mos geometricus, ao modo de proceder dos geômetras que de Descartes, Spinoza, Leibniz e Kant se colocou como problema para a filosofia. Como que o pensamento se fundamenta? O que significa pensar? Buscar um modelo absoluto de pensamento que se imponha a todos os modos de pensamento. Modelo de pensamento matemático, como pensamento que se pensa a si mesmo. Matemática como pensamento que se constrói a si mesmo, que parte de axiomas e através de sua necessidade imanente a si mesmo vai tirando suas consequências. O pensamento matemático se justifica a si mesmo. Insuficiência congênita do procedimento de se partir de formas finitas para pensar o infinito e a própria verdade.
Fita 09 – A
Repetição do problema da relação entre CL e Liberdade. Relação entre verdade como necessidade (dar razão). Liberdade como atodeterminação, autoregulação, independência, domínio, autarqueia. CL é a forma dialética e sistemática para a relação entre verdade (necessidade) e liberdade.
Risco da liberdade, empenho na liberdade enquanto ato livre do sujeito e depois a justificação da liberdade, a razão dada ao ato de liberdade. Realizar a liberdade é tarefa do homem, daquele que decide ser livre. O problema de Hegel não é como o indivíduo vai realizar a liberdade, mas como ele vai justificar a liberdade. Realizar a liberdade é um problema histórico. Pensar a liberdade é um problema filosófico. Portanto justificar a liberdade é algo realizado pela filosofia, através de um logos, de uma razão da liberdade. A liberdade só pode ser justificada se ela mostrar sua identidade com aquilo que pode ser justificável, com o logos. A CL é um logos da liberdade, é uma razão que ele tenta dar ao projeto histórico da liberdade.
Para a Kant a liberdade não podia ser justificada através da razão pura. Kant – liberdade como fato a priori da razão. Para Hegel, Kant buscou uma justificação para o que é exterior ao homem (mundo dos fenômenos). E não conseguiu justificar aquilo que é mais íntimo para o homem. Hegel busca resolver este problema tentando justificar o que há de mais íntimo no homem. O que é mais íntimo no homem, a liberdade, deve ser justificada através da razão especulativa.
. Para Aristóteles, assim como para Kant, os canônes da razão prática são distintos dos canônes da razão pura. Para Platão a razão que justifica a liberdade é a razão mais elevada de todas.
Relação entre História/Liberdade e a Razão da Liberdade, a lógica da liberdade. Filosofia do Espírito – passagem do pensamento da liberdade para a realização da liberdade. Ciência da práxis é diferente da lógica da liberdade. O desenvolvimento da lógica é a matriz conceptual da liberdade.
A História se julga a si mesma. A história do mundo é o julgamento do mundo. Questão da sensatez e da insensatez da história. CL é uma ciência da liberdade porque ela é o modelo, ela é a ideia.
Hegel e Kant: por que deixar para fora do espaço da razão o que há de mais importante para o homem, a sua liberdade? Os herdeiros de Hegel (direita e esquerda) queriam que os filósofos fossem agentes transformadores e realizadores desta liberdade.
Perguntas de alunos. Hegel e a Pedagogia. O filósofo e a intervenção social)
O tópico anunciado no início da aula, Relação entre Lógica e Fenomenologia do Espírito, não foi tratado.
Fita 09 – B
Relação entre Lógica e Fenomenologia do Espírito (FE). Relação inversa à apresentação do primeiro semestre, quando foi estudada a FE. É preciso entender a redação, a escritura da FE.
Relação linear ou extrínseca entre FE e Sistema.
Relação genético-estrutural da CL com a FE. Prefácio de 1812. Retorno no Prefácio de 1831 e na Introdução à CL.
Ciência da Lógica como autofundante. Speração da relação sujeito-objeto. Esta relação indica a dependência do saber de alguma fora que está fora dele que é o próprio objeto. No saber Absoluto não há distinção entre sujeito-objeto, porque se trata de um saber que se sabe a si mesmo. A CL não é uma escritura arbitrária. A CL é, para Hegel, uma necessidade histórico-filosófica no momento em que é possível demonstrar que a consciência pode se fazer saber absoluto.
Fita 10 – A
Necessidade inerente ao processo de constituição da CL e a necessidade inerente ao discurso fenomenológico só é tal porque esse discurso tem um em-si lógico. A Ciência da Lógica nasce necessariamente da Fenomenologia, porque ela já está no solo da FE. Ela só é tal, porque ela é causa dela mesma. A FE é a dedução do conceito da CL. Nascendo da FE ela nasce de si mesma. A FE só é científica porque ela depende da CL. Paradoxo muito explorado na literatura hegeliana. A CL só pode provar a necessidade de sua gênese segundo a própria CL. Círculo vicioso dentro da idéia da lógica formal.
OUTRA AULA
Relação entre Lógica e Fenomenologia. Peculiaridades desta relação a partir da CL. A FE é dedução da necessidade da CL que aparece no capítulo do Saber Absoluto.
Estas relações se estabelecem sobre dois aspectos: genético e estrutural. A Lógica fundamenta a si mesma, fundamenta a FE, mas precisa da FE para se explicitar. Dialética do pôr e do pressupor. Genéticamente a CL é posta dedutivamente pela FE. A CL pressupõe a FE. A FE é pressuposição da CL. Mas essa pressuposição não é exclusivamente lógica, porque o discurso fenomenológico tem uma pressuposição histórica. Pressuposição lógico-dialética - Fenomenologia como ciência. Pressuposição histórico-cultural - Fenomenologia como formação histórica da consciência para a ciência. A FE é pressuposição da CL dentro desta complexidade de relações que tem seu aspecto logico-dialético. CL como nova metafísica que vem tomar o lugar da metafísica antiga. Nova filosofia primeira. Há uma necessidade histórica para que se tente uma nova filosofia primeira.
Lei da negação determinada: dialética.
A FE é o pressuposto genético da CL e a CL é o pressuposto estrutural da FE. A Fe é a expressão da necessidade de se filosofar a partir da própria FE. A necessidade radical da Filosofia é tornar-se ciência.
O problema da relação da FE com a CL.
Fita 10 – B
Estruturalmente a CL é pressuposição da FE. Em 1831 Hegel eliminou da FE o subtítulo: Primeira Parte do Sistema da Ciência. Porque a FE não é primeira parte. Ela é coextensiva ao sistema. Ela é o sistema na sua vertente fenomenológica, na sua face fenomenológica.
No texto da FE encontram-se os problemas da CL, do em-si lógico. Embora a FE mantenha com a CL esta relação circular onde uma é o começo da outra, o problema do começo da lógica é independente, porque tem sua dialética própria, da procedência fenomenológica da CL. Como discorrer sobre o problema do saber absoluto? Problema tão difícil quanto o problema da relação da FE com a CL.
Questão da intuição. Banquete de Platão. Tomás de Aquino substituiu a intuição platônico-agostiniana pelo discurso analógico. Citação de artigo do Prof. Marcelo Aquino sobre a Analogia, na Revista Síntese.
Hegel retoma o projeto de Spinoza. Ele quer fazer um discurso sobre o absoluto e que não seja tímido como a doutrina da analogia. A CL é uma exposição de Deus tal como ele existe em si mesmo antes da criação de qualquer espírito finito. Hegel substitui a ascensão dialética platônica e agostiniana por uma outra forma de acesso ao absoluto que é a FE e que engloba o aspecto dialético e histórico-cultural: o homem ocidental não pode abrir mão de um discurso sobre o absoluto. A ascensão dialética do Fédon, do Banquete e da República foram substituídos pela FE.
Por onde começar o discurso sobre o absoluto se tudo no absoluto é absoluto. No absoluto não há começo nem fim. Portanto, por onde se deve começar? Hegel colocou muitas precauções a este discurso (para que ele fosse um discurso seguro). Uma delas é a seguinte: não sou eu que faço o discurso; o discurso começa e acaba a partir dele mesmo. Este movimento é todo ele dentro de si mesmo. Lógica da essência.
Um primeiro tipo de começo da CL é a FE.
Outro começo da CL é a própria CL. Indicações bibliográficas a partir de dois tipos de textos: textos introdutórios e textos finais da CL.
Textos introdutórios: prefácios e introduções. Problema do Começo. (Notas sobre a morte de Hegel logo após a redação do prefácio de 1831). Prefácio de 1812. Prefácio de 1831. Introdução Geral à CL, ampliada em 1831. Pequena introdução à lógica do Ser cujo título é Qual deve ser o começo da ciência? Outro texto é o capítulo sobre a Idéia Absoluta.
Fita 11 – A
Indicação Bibliográfica.
A necessidade da MF. Todo povo culto precisa de uma MF. A CL é a MF de sua época. A necessidade de uma nova metafísica. Caracterização da nova metafísica, do conteúdo da nova ciência e da sua forma. O que será propriamente esta nova ciência é a lógica como nova metafísica, a ciência do lógico. A MF na tradição era a ciência do real supremo, da coisa em si mesma, do real realíssimo.
Só a ciência lógica pode ser herdeira da antiga metafísica. Metafísica do pensar, do logos. Deslocamento do pólo da MF do real para o pensamento.
Aristóteles distingue forma e conteúdo. Platão na faz esta distinção. Hegel quer recuperar a posição platônica onde não há esta distinção.
Problema da justificação da razão.
Ontoteologia de Heidegger.
Problema do começo a partir da própria CL. Problema peculiar da interpretação da lógica. Parece paradoxal que haja um discurso sobre o absoluto, uma vez que no absoluto não se há como distinguir um começo e um fim: daí a idéia de circularidade do discurso.
A circularidade do discurso e o movimento imanente do discurso que se desenvolve a partir de si mesmo. A CL quer dar ao logos a dignidade MF dada a ele por Platão e que depois foi rebaixada por Aristóteles com a distinção entre forma e conteúdo. Na ciência platônica há identidade entre forma e conteúdo.
Fita 11 – B
O inteligível é a própria expressão da forma. Na CL não há distinção entre forma e conteúdo. Na CL não há distinção entre forma e conteúdo. A forma é o movimento do conteúdo. Na Cl enquanto MF do logos, a forma é aquilo que é pleno e tem seu conteúdo próprio. A forma não é algo vazio esperando um conteúdo, como nas outras ciências, tal como na matemática por exemplo.
O conteúdo é ao mesmo tempo processo, movimento de autodeterminação. O lógico é aquilo que se autodetermina. A liberdade se realiza através da produção do sentido. Quanto mais a determinação nasce da própria liberdade, mais livre ela é. O lógico é autodeterminação. A liberdade é autodeterminação.
Como o espírito finito pode produzir a ciência da lógica (ciência absoluta) sem finitizar o discurso sobre o infinito? O conteúdo é ao mesmo tempo o movimento de autodeterminação. Qual a lei desta autodeterminação? Primeiro momento: diferença determinada do entendimento (momento do conceito enquanto conceito abstrato), que tende a transformar a realidade num imenso quadro classificatório das coisas através das suas abstrações (conceitos universais). Segundo momento: dissolução das diferenças ou momento da dialética propriamente dito, no seu sentido crítico; momento da alteridade; uma coisa não é a outra; cada coisa que é, é à medida que não é outras coisas. Terceiro momento: momento especulativo como tal; estabelecimento de um universal como simplificação do concreto, como universal no qual o particular é co-determinado como universal concreto. Constituição do Sistema.
Processo de manifestação do logos. Força prodigiosa do negativo.
Este movimento é o desenvolvimento imanente do conceito. Modelo ou exemplo deste processo está na FE, no objeto chamado CONSCIÊNCIA. Lógico como movimento de autodeterminação. Lógico como nova MF.
No Prefácio de 1831, Hegel retoma a CL convicto de que aí se encontrava a nova MF. Hegel reafirma a novidade da CL, mas que talvez não tenha sido bem entendida por aqueles que a leram pela primeira vez. A Lógica não é uma descoberta no sentido científico da palavra. Momento de grande crescimento da química, da física e da biologia.
Fita 12 – A e B – Há duas cópias deste curso. Cada cópia registrada num conjunto de 30 fitas. A Fita 12 de um destes jogos está danificada, está rompida. Portanto a digitalização da fita 12 foi feita a partir da cópia que não está danificada.
Sobre o começo da CL. Comentário sobre o Prefácio da Ciência da Lógica.
O CONCEITO GERAL DA LÓGICA – Sobre a Introdução da Ciência da Lógica. O conceito preliminar da Enciclopédia (§§19-25). Sobre o problema da Introdução da Filosofia. A entrada no domínio do Lógico. O problema do sentido. Sobre o domínio do lógico. A experiência da linguagem. A leitura que Hegel fez de Platão e Aristóteles, Spinoza, Kant, Leibniz e Schelling.
Fita 13 – A
O conteúdo é o próprio lógico. Crítica da teoria da exterioridade. Momento da essência: refluxo do lógico. Porque o pensamento tem uma estrutura é possível que o pensamento pense as coisas, assim suportamos a exterioridade do mundo. O mundo é exterior a nós porque o sentido mora em nós. Para o animal o mundo não é exterior. Nosso dilema: ou dar sentido à exterioridade ou destruir a exterioridade e com isto ficar aquém da própria situação do animal, porque para o animal o mundo é continuidade dele mesmo.
Questão das satisfações das necessidades como exterioridade. O mundo é exterior à medida que já temos uma certa significação para dar o mundo. A oposição entre realismo e idealismo tão enfatizada em Feuerbach e em Marx é um subproduto do idealismo. O homem só pode falar do real à medida que ele já está no plano do ideal.
Conceitos de diferença e separação. Identidade da identidade. A diferença está dentro da identidade dialética (identidade capaz de se diferenciar).
OUTRA AULA
Papel do filósofo como especialista do universal. Pensar a sociedade a partir do sentido, a partir do lógico. Homem capaz de entender o sentido da história. A CL é o termo mais avançado desta pretensão à universalidade que é essencial ao projeto do filósofo. Na CL, o próprio filósofo enquanto indivíduo particular desaparece. Só fica o Conceito. Depois que o conceito começa a falar o indivíduo desaparece. A exposição de Deus na CL. O discurso filosófico e o senso comum. Paradoxo da Introdução: Lógica como ciência mais difícil e mais fácil.
A dificuldade da CL.
Fita 13 – B
O propósito de Hegel era restaurar uma visão MF do mundo na cultura revolucionária de seu tempo e superar o interdito kantiano conta a MF.
Crítica do formalismo do senso comum.
O Prefácio é uma espécie de traçado de um caminho que deve levar às portas da CL. Mas para isso se deve afastar certos obstáculos que serão criticados na Introdução. A Introdução é uma antecipação ao nível da representação da função crítica da CL. A CL é uma crítica de toda a MF ocidental desde Platão e Aristóteles até Fichte e Schelling.
A CL é a verdadeira crítica da filosofia, da razão, do poder do conhecimento, de toda a história da filosofia. É uma crítica de todas as críticas. O aspecto essencial da CL para Hegel não é crítico, mas sistemático.
O pensamento no nível do senso comum é dualista.
Problema da verdade. Definição de verdade como adequação entre a inteligência e as coisas.
Discussão sobre o senso comum e o paradoxo do formalismo. Primeiro obstáculo é o formalismo do senso comum.
Fita 14 – A
Relação entre pensamento e linguagem. Pensamento como causa sui.
Problema da violência como problema humano, pois só o homem pode colocar o problema do absurdo da violência. E a violência só pode ser compreendida a partir do absurdo. E o absurdo só define a partir do sensato.
OUTRA AULA
Introdução da CL.
A Introdução não pertence ao corpo da CL e nem ao procedimento próprio da CL. A Introdução não procede dialeticamente, mas é importante para se compreender a CL, porque apresenta o aspecto construtivo e o aspecto crítico da CL. Nós estamos considerando mais o aspecto crítico.
Nesta passagem a MF é considerada a partir sob o aspecto da lógica da MF. A Lógica do pensamento metafísico (de Aristóteles a Wolff). Dualismo na lógica de Aristóteles. Aristóteles não aplicou a lógica à sua MF. Aristóteles não usa a lógica. Aristóteles é obrigado a ultrapassar os limites da lógica formal. Em Aristóteles a lógica é a lógica do senso comum. E a MF tem a lógica do ser.
A MF procede a partir da afirmação da identidade entre pensamento, forma e ser (conteúdo). O senso comum procede da dualidade, ou da separação entre forma e conteúdo. Mas a MF tem um conceito mais elevado, porque o verdadeiro não está na imediatidade das coisas, mas o pensado.
Neste sentido a MF clássica é um esboço para superar o imobilismo de Parmênides que coloca o ponto de partida da MF, mas que por causa da radicalidade da exigência da identidade não sai do ponto de partida. A MF clássica admite o ponto de partida de Parmênides: o verdaeiro é o que é pensado. Só que o pensado também é objeto de discurso (diferentemente de Parmênides que só permite afirmar que o ser é e o não-ser não é).
Fita 14 – B
Insuficiência da lógica formal para tratar da substância. Categoria de substância é polissêmica. O ser se diz de muitas maneiras. A substância se diz de muitas maneiras. O termo OUSIA não tem a univocidade que parecia ter. É um conceito analógico. OUSIA é a permanência do ser. Hegel dá muita importância à MF Clássica. O aparecimento matinal da MF tem uma significação muito grande para Hegel. A filosofia do senso comum termina no empirismo que é uma conseqüência necessária do formalismo (degrada-se em doxa). O verdadeiro degrada-se em não verdadeiro. Por que se se busca a verdade em primeiro lugar nas coisas, se está buscando a verdade na não-verdade. E entao não se precisaria do pensamento. Se as coisas fossem em si mesmas o lugar da verdade, não se precisaria buscá-la. O desvelamento da verdade não se encontra nas coisas. A verdade se encontra no pensamento.
A polaridade fundamental presente em Parmênides, Platão e Aristóteles é a polaridade entre verdade e doxa. Hegel retoma esta polaridade.
A intenção mais profunda de Kant é realizar uma inversão metafísica. A intenção de Hegel é fazer a crítica definitiva da Razão Pura. E a estrutura da CL é construída segundo o modelo da Crítica da Razão Pura: Estética/Lógica do Ser Analítica/Lógica da Essência Dialética/Lógica Analítica.
Considerações sobre Kant. Kant como metafísico. Neokantismo viu Kant como crítico (como “metodólogo”) e representante da Filosofia da Ciência – visão empobrecedora do pensamento kantiano (fim do séc XIX). Início do séc XX, recuperação do Kant metafísico por Heidegger.
Os progressos da MF na Alemanha depois depois de Leibniz e Wolff. A CRPu está na descendência direta destes progressos. A Dialética Transcendental é a verdadeira resposta aos problemas que MF colocou desde suas origens. Para que daí apareça a Liberdade como verdadeira personagem MF. A LIBERDADE ocupa o lugar da OUSIA aristotélica. A liberdade será o único fato da razão pura. Ela é o único conceito capaz de nos situar no horizonte metafísico de Platão e Aristóteles: o reino da liberdade.
A OUSIA aristotélica era aplicada ao universo, ao homem e a Deus. Kant substitui a OUSIA pela LIBERDADE. Por isto, Hegel faz tanta questão de dizer que a CL é uma lógica da liberdade. O conceito hegeliano é a verdadeira dialetic ada liberdade. O passo kantiano é irreversível. A filosofia moderna não pode voltar à OUSIA aristotélica. Hegel deverá trazer a liberdade para dentro da sua crítica. O confronto com Kant se estende ao longo de toda a CL. Hegel está “conversando” com Kant em todas as páginas da CL.
O formalismo e o empirismo encontra sua verdadeira razão de ser no fato de que a Razão tornou-se o princípio supremo da filosofia moderna. O formalismo e o empirismo são os dois primeios adversários a serem afastados. A razão teórica nas suas exigências mais radicais de racionalidade tornou-se o princípio supremo da filosofia moderna.
Para Hegel a importância de Kant vem do fato dele ter empreendido o primeiro exame exaustivo e sistemático do princípio supremo da filosofia moderna: a Razão. A MF grega colocou o princípio supremo num ser. O princípio supremo estava acima do próprio pesamento enquanto ele é pensado pelo próprio sujeito. Na filosofia moderna o princípio supremo é a razão pura enquanto imanente ao próprio ato do pensamento, é o ato do pensamento enquanto ele se exprime no EU – Cogito, o Eu transcendental, o Conceito.
Em Hegel, o problema de Deus se coloca na Filosofia da Religião e não na CL.
Indicação bibliográfica. A CRPu é um balanço da MF clássica. E Hegel faz um balanço do balanço pois julga que Kant não foi bem sucedido em seu trabalho
Fita 15 – A
Continuação sobre as considerações sobre Kant. Vertente MF do pensamento de Kant. Kant deslocou o problema da MF da CRPu para a CRPr para empreender uma nova MF. O conceito de LIBERDADE substitui a noção de SUBSTÂNCIA (Aristóteles). A substância entra no rol das noções que ao passarem do nível do entendimento para o nível da razão perde seu uso real e tem apenas um uso dialético.
É necessário substituir a substância por um conceito que seja transcendental (ultrapasse o entendimento) e que tenha um uso real. Para kant este conceito é a liberdade. O Projeto da CL de Hegel está entroncado na convergência entre a tradição MF que desemboca nas antinomias e nos paralogismo da dialética transcendental de um lado e por outro lado na tentativa kantiana de começar uma nova MF a partir da liberdade. Por isto o conceito em Hegel é herança da tradição MF (herança platônica e aristotélica) e ao mesmo tempo é liberdade. É ao mesmo tempo SER e LIBERDADE.
Hegel julga que retomou o projeto de Kant e ao mesmo tempo libertou o projeto de Kant da sua unilateralidade.
Se a filosofia primeira é por excelência a busca da verdade, e a faculdade da razão está impotente diante da verdade, o lugar da verdade é não-verdadeiro. Esta foi a grande objeção de Hegel a Kant.
A oposição sujeito-objeto se constitui como obstáculo intransponível para a metafisica no plano da razão teórica. Hegel quer eliminar esta oposição entre sujeito-objeto.
Formas a priori - aprioridade como forma pura sem conteúdo, vazia, não verdadeira porque não-real, que segundo Kant estão no sujeito e nele “ficam tais como são encontradas”. Elas estão no sujeito heuristicamente. Eles servem apenas para que conheçamos o que não estão nelas. Elas servem apenas para que se possa conhecer a realidade. Mas como tal elas não são nada. Elas são encontradas no sujeito à medida que elas servem para que se conheça o mundo exterior. Elas se revelam ao conhecermos o mundo real. Ao se tentar conhecer as formas em si, elas se tornam dialéticas, elas se tornam contraditórias entre si e colocam o homem num caminho cheio de embustes.
Consideradas em si mesmas (as formas / as categorias) é o que Hegel chama de ATO DE RAZÃO. Utilizar as formas para conhecer as coisas é um ATO DO ENTENDIMENTO.
A contradição da razão como ponto de partida da CL. A absorção da coisa em si no sujeito. A oposição sujeito/objeto significa oposição sujeito/fenômeno.
Fita 15 – B
O dilema kantiano: ou as formas são vazias, ou se queremos dar às formas conteúdos elas são antinômicas. A única maneira de superar este dilema esta em afirmar que a razão é o primeiro substancial ou real. Afirmação da própria razão como unidade absolutamente concreta que reúne em si todas as determinações, todas as formas. Ela é o verdadeiro hypokeimenon (substrato) aristotélico.
ARISTÓTELES - Substância primeira – ousía / sinolo. Aquilo que é sempre sujeito, que nunca pode ser predicado de nada. É o suporte de todas as formas. Substrato que não pode ser expresso pelo conceito. A substância é a coisa em si. A realidade concebida por Aristóteles como concretude das formas que são desdobradas naquilo que é a ciência. Problema da tautologia. Hierarquia das formas e hierarquia das substâncias que termina no motor imóvel , coroa de todo o universo.
Hegel realiza uma transposição da metafísica grega quando diz que a razão é o verdadeiro hypokeimenon, a concreção de todas as formas. Isto é que é propriamente a Lógica (ou Metafísica) é a ciência da forma que tem como substrato, como hypokeimenon, como unidade absolutamente concreta, a Razão (universal concreto) – Vernunft.
Lógica da Razão como unidade orgânica ou sistemática das formas. Como é que eu posso apresentar a Razão como sistema das formas? Até agora isto só foi feito através da lógica formal. Regras exteriores umas das outras.
Alternativa desenvolvida por Hegel: parte da própria natureza dialética das formas, porque as formas são em si contraditórias e na sua contraditoriedade elas vão se articular em sistema. Este é o princípio do qual vai surgir toda a CL.
O caminho da FE é o caminho preliminar e necessário porque este caminho vai nos mostrar que quando nós conhecemos a oposição da consciência (forma e conteúdo exterior).
Oposição Sujeito-Objeto caminha para a supressão desta oposição – suprassunção. Saber Absoluto: demonstração que a oposição entre sujeito e objeto desemboca necessariamente numa forma de saber em que a própria oposição é suprimida. Para Hegel as formas da razão têm um conteúdo fundamental, fundador, pelo qual é possível falar de coisas exteriores ao sujeito.
Relação da Ciência da Lógica com a Fenomenologia do Espírito.
Definição de Ciência Pura: é aquela na qual se suprassumiu a oposição da consciência e que portanto contem o pensamento do que é a realidade essencial. O Saber Absoluto é o saber do próprio pensamento como Die Sache – aquilo que é a realidade essencial. O pensamento é a coisa primeira, para que ele possa ser a captação das coisas. A verdadeira transcrição metafísica do hypokeimenon aristotélico não é a hipótese da coisa-em-si mas é o saber absoluto enquanto saber do pensamento como SACHE, como realidade essencial. Isto não tem nada a ver com realismo objetivista.
Continua...
LINKS PARCEIROS